quarta-feira, 7 de outubro de 2009

que droga, que droga.
fui pego por algumas horas
escalei sozinho
um pico altíssimo no pensamento
acomodado, mirando a vida
só fica o eu em questão
eu e minhas questões existenciais
ninguém acolhe uma alma desregulada
é facil concordar apenas.
na consciência humana
lutar é para os fortes
calar para os fracos
mas vejo que no meu silêncio
brota uma flor madura
espinhenta e discreta
os curiosos podem podar
os amigos também
para os críticos
visto a capa da invisibilidade
temo a solidão real
temo não saber reger os devaneios
o amor consome
toda a força que mora em mim
e pelo amor
visto-me como pai e mãe
e abuso de todo aquele egoísmo saudável.
para os pais
somos brinquedos
de sangue e osso.
alguns duram 12 anos
outros uns 20
e te até aqueles de 40 e tanto
depois
passamos para o próximo estágio
me encontro por ai
na confirmação das bases
na diluição dos conceitos
na massificação dos homens
no compromentimento sentimental.
invejo os consagrados poetas
invejo os diretores de cinema
invejo o caseiro velho da minha chácara
invejo o pivete que levou minha carteira
cada um
muitas sinas
muitos fardos
o meu fardo é tão pesado...
alguns não suportam
e metem bala no crânio
conheci um deles
há quem sobreviva
muitos sobrevivem
e zanzam por aí
com os olhos
fundos.
com a língua
que deseja sempre
um novo sabor.
meu inventário cresce frenéticamente
mais um poeta.
mais uma poesia.

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