segunda-feira, 28 de maio de 2007

O Abaeté

-Uma café por favor
Foi a primeira frase que disse naquele dia. De fato gostaria de não ter dito nada, mas precisava daquele café.A noite anterior não fora muito agradável.
Deixei o dinheiro no balcão, gasto pelos tantos cafés e doses que ali passaram. Saí ao encontro do Nada. Andei como aquela senhoras que saem para fazer suas compras. Eu andava calmamente observando, dissecando o lixo de tudo aquilo chamado sociedade. Senti uma imensa vontade de fumar, um charuto de preferência, e abri minha boca pela segunda vez:
-Meu senhor, por favor, me dê a ponta do seu charuto?
O Senhor foi gentil, muito gentil, e me presenteou com um delicioso charuto cubano dizendo:
-Saboreie
Meu trancado sorriso apareceu por uns segundos. Agradeci e continuei minha indecifrável caminhada, agora com um companheiro para os meus lábios. Fumava e fumava...me senti uma máquina a vapor cortando a cidade.
Senti vontade de gritar, gritei algo que ecoou por entre os prédios, desaconchegando algumas pombas vira-lata. Olharam pra mim, as pessoas, com olhares maliciosos, me condenando a Casa Verde. Gritei ainda mais como um louco inconsciente.
Pensei em ir pro museu, mas faltava capital.Troquei o museu pela Vila Milenar. O bairro era recheado de história e gente que contava história. Sonho em escrever um livro daquele lugar. Escreverei. Povo feliz, antigo e surrado.
Meu charuto ainda durava naquelas horas de apreciação. O Frio chegava sem dó. Voltei para o centro da cidade pensando em mais um café, um café quente, bem quente. Em anos anteriores trocaria um café por um conhaque. Briguei com o alcóol e nunca mais o vi. Meu charuto já era um toquinho. Fui para a praça na ânsia de encontrar umas moedas na Fonte do Meu Sustento. Sempre que dava eu roubava uns sonhos pra comprar umas miudezas. Dessa vez encontrei o suficiente pra um café, busquei o bar mais próximo e me adentrei.
Queimei a língua esquentando meu corpo. Paguei, saí. Senti uma imensa vontade de criar, mas na noite anterior roubaram minha Guitarra. Meu blues ficou guardado e eu fui andando, sorrindo, gritando, chorando...Vivendo!

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Estou escrevendo sem rascunho hoje, direto aqui no blog!

Me impressiona a falta de interesse das pessoas pela cultura em geral. A internet é uma incrível ferramenta para o acesso das mais variadas vertentes culturais e nos permite também, de maneira simples e rápida, publicar o que produzimos ou gostamos!
Esse desinteresse ficou mais claro para mim quando criei esse Blog. No meu perfil do Orkut chega até a existir uma "propaganda", "entrem no meu blog" e mesmo assim quase todos passam reto...será que estão perdendo até a curiosidade?

O que me deixa tranquilo é que este blog de vez em quando é visitado por umas "cabeças pensantes"!!!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O leão

Ah, esse timbre irritante
Reclamando do restante
Desse tal leão
Que nos assusta
Quando ele vem
Tudo atormenta
Devora as onças,
Peixes, araras, tartarugas
Micos....
Rockmentando

Quebraram minha lentes
No meio daquele Psicodelismo musical
Naquele fervor, Ondas de Gente
Suor, Calor tomam conta do lugar
Mais encima manejam os instrumentos
Numa enorme grande sincronia
Aqui embaixo nos unimos também
Pulamos, Quebramos, Gritamos
Não perdi os dentes
Perdi a cabeça num universo<
Paralelo, Esvoaçante, Flutuante
Dançamos, viajamos, Caímos
Extase em Dós, Rés, Mis...